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Restrições da Covid-19 travam comercialização de hortifruti no Brasil; alimentos mais perecíveis sentem os maiores impactos

As recentes restrições impostas para conter a contaminação do Coronavírus vem impactando o setor de Hortifruti do Brasil. Segundo Marcela Guastalli Barbieri – Editora Econômica de Frutas do Cepea, praticamente todos os produtos acompanhados pelo Cepea apresentam algum tipo de dificuldade em avançar com a comercialização neste momento. A especialista destaca que a intensidade do impacto é diferente para cada produto, levando em considerção que muitos estão com a oferta controlada, e por isso, têm os impactos minimizados.

Entre os produtos, se destacam os mais perecíveis como alface, mamão e tomate. “Está havendo limitações no funcionamento de alguns setores importantes compradores, como restaurantes, merendas, hotéis, entre outras. Além disso, apesar do varejo seguir funcionando, está com horários restritos e demanda limitada, o que também impacta no mercado”, afirma. A especialista comenta ainda que os setores em questão só não estão sendo mais afetados porque a oferta do produto está controlada neste momento.

Marcela destaca ainda que a crise econômica ocasionada pela pandemia da Covid-19 também restringe o comércio de maior valor agregado, como melão e uva, em um momento em que o mercado passa a focar em produtos considerados mais essenciais na alimentação. Devido ao cenário atípico, as cotações ficam pressionadas ao produtor, mas que como a entrega é limitada, comenta que ainda não há necessidade de movimentação ou alteração no trabalho do campo.

“Porém, no ano passado, observamos que o varejo acabou concentrando boa parte do consumo e as exportações foram essenciais para algumas culturas, como manga, melão e uva, por exemplo, pra tentar dar uma “enxugada” de oferta no mercado interno”, comenta. No cenário a longo prazo, a especialista destaca que o setor precisará aguardar o desfecho da pandemia no país.

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, neste semana, Marcela destacou que o setor de maçã também sente os impactos da pandemia. De acordo com análise do Cepea, a demanda não está acompanhando a quantidade de fruta ofertada. “Isso porque as medidas de controle da covid-19 ainda mais restritiva em praticamente todo o Brasil, com restrições mais severas de funcionamento de escolas, cozinhas industriais e alguns serviços, por exemplo, retraíram a demanda”, afirma a análise.

Além disso, agentes relataram que, mesmo realizando descontos nos preços da maçã, os clientes varejistas, sobretudo de pequeno porte (como feirantes), têm comprado volumes limitados, com receio de dificuldade nas vendas diante das incertezas econômicas. Segundo Marcela, a expectativa é de uma retomada nos preços a partir do segundo semestre, com a expectativa de retomada na demanda e uma oferta mais restrita da fruta.

foto cna hortifruti frutas

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